ENTREVISTA: DANI STERENBERG
- Como começou sua carreira na atuação?
Sempre fui muito ligada à arte. Comecei a falar muito cedo e me interessava por todas as atividades artísticas da escola. Desde pequena, assistia muitas novelas e, aos 8 anos, comecei a dizer para minha mãe que queria “entrar dentro da televisão”.
Pesquisando sobre o meio artístico, descobri o Projeto Passarela (atual MGT) e pedi para participar. Minha mãe, por não conhecer esse universo, não deixou de primeira. Mas meu sonho só crescia. Aos 10 anos, pedi novamente e, dessa vez, ela concordou!
Passei nas primeiras fases no Rio de Janeiro e cheguei à final em Curitiba. Para realizar esse sonho, vendemos rifas e arrecadamos dinheiro para as passagens. Fui para o evento e fui escolhida por 11 agências, ganhei prêmios, bolsa de estudo em três escolas de teatro e uma mentoria para YouTubers.
Foi lá que conheci minha escola de teatro, que me acolheu desde então. Poucos meses depois, fiz minha primeira peça e nunca mais parei!
- Qual foi o maior desafio que enfrentou como atriz?
Os “nãos”, definitivamente. A profissão do ator é extremamente desafiadora porque não depende apenas do nosso talento. Existem fatores como perfil, altura, escolhas do diretor de elenco, do autor, dos patrocinadores… Conseguir um “sim” é muito difícil!
Já fui recusada por ser 2 cm mais alta do que o necessário ou até por ser loira demais. Isso pode ser frustrante, mas a solução é continuar estudando! Se você quer viver disso, precisa estar sempre se aprimorando. Saber que “minha parte eu fiz” traz um conforto emocional em meio às dificuldades.
- Você está no ar na TV atualmente?
Não estou no ar em nenhuma novela, mas estou em cartaz no cinema com o filme Viva a Vida, onde faço uma participação como “A Menina do Bat Mitzvah”.
Apesar de ser uma participação, considero minha personagem um símbolo de virada de chave na história. O filme fala sobre identidade judaica, e essa cena é um momento de reconexão da protagonista, Jessica (Thati Lopes), com sua ancestralidade. Como judia, vivi esse momento na minha vida e sei o quanto ele é significativo para a comunidade.
- Qual personagem mais marcou sua trajetória?
Todas me marcaram, mas a Ariel, com certeza, tem um lugar especial.
Ela foi minha primeira protagonista e lutei muito para conseguir esse papel. Foram quase dois meses de testes e expectativas. Além disso, o roteiro original foi escrito por mim, depois adaptado para um musical incrível!
Já fizemos três temporadas desse espetáculo, e a Ariel sempre foi minha princesa favorita desde a infância. Então, esse papel tem um significado enorme para mim.
- Como você se prepara para um novo papel? Tem algum ritual ou técnica específica?
Sim! Primeiro, leio o roteiro e identifico as principais características da personagem: seus jeitos, atitudes, como ela interage com os outros. Depois, faço um estudo aprofundado, criando todo o universo dela – onde mora, como é sua família, quais são seus objetivos na história.
Quando interpreto personagens conhecidos, como princesas da Disney, estudo os filmes e tento replicar os trejeitos, as vozes e até os gestos para que o público sinta a magia da mesma forma que sentiria assistindo aos filmes ou visitando os parques da Disney.
Com a Ariel, por exemplo, passei meses estudando cada detalhe para tornar a interpretação o mais fiel possível.
- Qual foi a cena mais desafiadora que já gravou?
Uma cena do filme Vida de Atriz, disponível na Amazon Prime e Apple TV.
Minha personagem, Maria, era constantemente maltratada pela chefe, Eva Borges. No final do filme, Maria finalmente consegue que sua chefe aprove uma nova atriz para um teste.
Foi uma cena longa, sem falas, mas que exigia muitas reações emocionais. Eu precisava demonstrar desespero e nervosismo, mas também calma para tranquilizar a atriz. No fim, a cena terminava em um choro de alívio.
Eu tinha só 14 anos na época e foi um grande desafio porque exigiu muito sentimento e profundidade.
- Qual é o maior aprendizado que a profissão trouxe para sua vida?
A atuação me trouxe um amadurecimento enorme.
Aprendi a lidar com os ‘nãos’ de forma madura, sem deixar que eles definam meu valor. Desenvolvi resiliência, disciplina extrema e responsabilidade, porque sei que o trabalho do ator impacta diretamente o de toda a equipe.
A profissão também me ensinou empatia. Para dar vida a um personagem, é preciso mergulhar em diferentes histórias, enxergando o mundo de outra perspectiva. Isso me tornou uma pessoa mais compreensiva e sensível.
E, por fim, aprendi que errar faz parte do processo. Cada teste, cada ensaio é uma oportunidade de aprendizado. Não podemos ter medo de recomeçar e confiar no nosso potencial.
- O que o público pode esperar de você nos próximos meses? Alguma novidade?
Os próximos meses serão cheios de desafios! Estou conciliando minha carreira artística com a faculdade de Nutrição, o que exige muita disciplina e organização.
Na atuação, estou estudando cada vez mais e participando de testes e audições. Também estou envolvida em projetos nos bastidores, que em breve poderei compartilhar. 2025 promete ser um ano incrível!
Além disso, passei em todos os vestibulares que prestei e tive o privilégio de escolher onde estudar. Acredito que isso é reflexo da disciplina e dedicação que a arte me ensinou.
- Onde as pessoas podem acompanhar seu trabalho?
As pessoas podem me acompanhar pelo Instagram @danisterenberg, onde compartilho meus projetos, meu dia a dia e interajo com o público.
Toda semana, faço o quadro Descubra na Sexta, onde respondo perguntas sobre temas variados de forma leve e divertida.
Nos stories e no feed, sempre atualizo sobre novidades, testes e novos trabalhos. Então, fiquem de olho, porque vem muita coisa boa por aí!
Fotos: Roberto Filho